quarta-feira, 22 de abril de 2015





No sábado, mais dia menos dia fizeram 2 anos que participei na primeira prova de corrida, a Scalabis Night Race I. Na sequência da respectiva inscrição integrei o grupo de corrida que a organizou e até hoje tem sido uma presença constante na minha vida. Quer pelos "treinos", quer pelos amigos que fiz faço, quer pelo convívio e quer pela participação em provas de estrada ou trail. Por quantas vezes "vou-ali-correr-e-já-venho" e descomplico a vida.

No sábado, mais dia menos dia, fez 1 ano que não corri e apenas dei o meu contributo na Scalabis Night Race II, ajudando a organização no que me foi solicitado ou no que me pareceu estar ao meu alcance. Ser útil é bom, não correr foi o sacrifício que fiz para proporcionar aos outros aquele incentivo que sabe tão bem. 

No sábado, voltei a ajudar na Scalabis Night Race III. Voltei a ser uma pequena peça na engrenagem da distribuição de dorsais. Voltou a ser bom ajudar, dar o meu contributo, conviver com os colegas de equipa. Mas desta não fiz o sacrifício, não fiquei sem correr. Queria fazer uma prova de 10km, queria participar novamente nesta prova, arranjei dois objectivos de tempo, um expectável, outro utópico e fiz a inscrição. 

Saí da linha de distribuição dos dorsais a horas de trocar de roupa e chegar à linha de partida, ou tão perto quanto possível. Pelo caminho questionei-me se não deveria voltar para trás e trocar para o papel de staff e dar a mão onde fosse preciso, mas não tardei a esquecer as boas intenções assim que me vi cercada de atletas e amigos equipados naquele frenesim da coluna de partida. Foi a bom ritmo que parti com aquela massa de gente louca que o que quer é começar logo ali a ultrapassar a toda a velocidade e uma pessoa deixa-se ir naquele destravamento. Deixa-se ir até aguentar e eu aguentei o primeiro quilometro. Na linha de partida encontrei a minha amiga da maratona, a VF, que de certa forma ainda se ofereceu para puxar por mim mas só deixei que o fizesse até esse primeiro quilometro, depois tive de ficar para trás para não ter de parar por exaustão. Senti-me bem mas não BEEEM. Houve calor, houve uma dorzita, houve uma grande sensação de cansaço e de que seguia em grande esforço. Não deixei de prestar atenção aquele staff que me reconheceu ao longo do caminho, (só aí me dei conta que corria com a t-shirt da prova e e não da equipa) e me incentivaram com os mais diversificados pregões desportivos a que eu agradecia com um aceno, que não havia folego para mais, ou então murmurava "está aqui uma coisa esperta" tal era o desgaste que estava a sentir. Houve vontade de parar, caminhar e ralhar comigo, do tipo "perdeste o juízo ou quê, desde quando é que tens objectivos que se sobrepõem ao bem estar... hein?" mas acho que nem tive força para me dar ouvidos e continuei até à meta. Ultrapassada por muitos, 603 pares de pernas de um total de 2035, para bater meu recorde pessoal (objectivo expectável) e realizar 10km em 50 minutos e 13 segundos (objectivo utópico dos 50 min).
Pensei que caía para o lado depois da meta mas não, continuei a caminhar, parei para conversar, com este, aquele e aquele outro, comi a minha bifana, bebi a minha imperial (só meia), comi o meu pampilho e fui até casa a correr tomar banho e trocar de camisola. Depois voltei a tempo de ver pela primeira vez a entrega dos prémios, festejar à organização, ver o fogo de artificio e comer mais um pampilho. Ver o recinto cheio e vê-lo esvaziar-se deu-me vontade de voltar a ajudar para não prestar muita atenção ao fim da festa e assim fiz, mais uma vez, no que esteve ao meu alcance até regressar novamente a casa para o descanso merecido. 

e no sábado não me adormeci sem antes pensar "para o ano há mais"

foto: com Carlos Lopes


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