sexta-feira, 19 de setembro de 2014

respostas ao [#desafio642] da catarina beato//diasdeumaprincesa

18/09/2014
(12) "fala do teu amigo-imaginário de longa data"
nunca tive um amigo imaginário. Pensando nisso, vejo que sempre me entretive bem a brincar sozinha sem criar uma personagem especifica na qual visse um amigo. Havia pessoas imaginárias, como os clientes das mais diversas lojas de que fui proprietária mas nada de personalidades muito definidas, era tudo clientela boa, as senhoras que iam à lavandaria é que demoravam um pouco mais a ver se as nodoas da roupa tinham saído. Tal como a história do Pai Natal, que sabemos não existir, mas em quem ainda assim alguns de nós acredita, eu, acredito que tenho uma irmã (igual a mim) que vive numa caixinha. Em pequena os meus pais brincavam comigo dizendo que eu tinha esta irmã e que se eu não me portasse bem as coisas boas iam para "a da caixinha". Ora, eu nunca acreditei, mas a imagem de alguém, uma "polegarzinho", que vivia numa caixinha branca (como as dos sapatos) enternecia-me e achava sempre que ela devia viver tranquila. Quando a conversa era ter que dividir alguma coisa com ela ou mesmo darem-lhe a ela e não a mim, até me parecia justo, pois coitadita lá na caixinha não devia haver grande coisa, mas nunca interagimos. Hoje, ela ainda lá vive entretida com o mundo dela e eu aqui com o meu...

16/09/2014
(11) "o teu primeiro amor de verão"
um amor daqueles de me pôr a chorar três dias (de olhos inchados), sem vontade de comer durante uma semana, a sentir-me perdida durante um mês e a usar um colar que me ofereceu na hora de ir embora durante 2 meses... (até repensar que aquilo estava a ficar com um aspecto meio manhoso e tirar). Foi aos meus 16 anos. Ele tinha 19 e era(é) espanhol. Dizia eu, que não queria saber de rapazes mais velhos. "Que guapa!!", naquele vozeirão de fazer tremer as pedras da calçada foi o que chegou para me chamar à atenção... Foram 5 dias. Sei lá o que me passou pela cabeça para quedarme enamorada de nuestro hermano sabendo que aquilo tinha os dias contados. Mas as horas desmultiplicaram-se.... em momentos que falamos, caminhamos lado-a-lado, rimos e  aproximamo-nos. Pode ficar aqui para a prosperidade o primeiro momento que se aproximou de mim, não no escurinho do cinema mas no escurinho do antigo teatro durante um espetáculo sobre planeta e o ambiente. Aproximou-se e sussurrou-me ao ouvido "te molesto?!" e eu pensei  "mau, mau maria que já não tou achar graça à conversa... molestar?! que conversa é essa?!"... facialmente devo ter franzido o sobrolho e seguidamente aberto os olhos em panico!! ao que ele se apressou a traduzir, percebendo que eu não estava a perceber mas longe de pensar na barbárie que me estava a passar pela cabeça. (Problemas de comunicação). Ora o que ele queria dizer era se a proximidade me estava incomodar... (ufa!) e é claro que não estava!! Obvio!!  haaa (suspiro) e aquele passeio ao Palácio da Pena e o momento dos claustros (suspiro). Fiquei lavada em lágrimas depois de se fechar a porta do autocarro (às 5 da manhã) na despedida. O drama não foi todo por causa dele, foi também devido ao grupo em que ele estava inserido. Tinham sido dias fantásticos na minha adolescência com aquela companhia de teatro. Baralhei um pouco as coisas, ou não! Ainda trocamos correspondência e fotos daqueles dias, até tudo ser engolido pela distância e rotina do novo ano escolar. 
Resta-me sempre a memória do frenesim interno que me provocou este enamoramiento de verano, hermoso, como o azul de sus ojos... ;)

15/09/2014
(10) "um rapaz tenta ser engraçado e ninguém se ri das suas piadas"
se ao contrário dos outros eu lhe achar piada, então é porque temos o mesmo sentido de humor!:) Eu não sou uma graçolas, dependendo do contexto lá me pode sair pontualmente alguma coisa mas por norma prefiro que se destaque outro "palhacito". Se tal como os outros eu também não me rir, então sou levada a concluir que as piadas devem ser de muito mau gosto e é bom que não insista sob pena de ninguém o puder "ver à frente".  Nos grupos há fenómenos muito interessantes no que a esta matéria diz respeito, há aqueles que mal abrem a boca os restantes já se estão a rir deles (!?), outros que até dizem umas coisas giras mas poucos lhes ligam, outros que se deixam ser os palermas de serviço e por aí a fora... Enquanto receptora, gosto de quem sabe distinguir o contexto e tem um sentido que humor que, não indo a extremos tenha um largo espectro de actuação independentemente de ser o que diz muitas ou poucas piadas.

12/09/2014
(9) "conforto"
um dia, depois de uma discussão em que explodi porque me levaram ao limite com mesquinhices, resultando por um lado num alívio porque disse o que pensava, mas por outro lado num mau-estar pois era desnecessário se as pessoas às vezes conseguissem não ser tão egoístas. Foi mais ou menos assim que eu estava quando fui ter com a minha mãe que descansava sentada no cadeirão. Sentei-me no chão e deitei a cabeça sobre o seu colo abraçando-a e tentando não magoa-la com o meu peso na sua (débil) fragilidade física. Ela foi fazendo-me festas enquanto eu imóvel e em silêncio mergulhei nas profundezas do conforto.

11/09/2014
(8) "ficas fechada durante 12 horas num elevador com alguém que detestas. o que acontece?"
a imprevisibilidade destas ironias pode resultar na imprevisibilidade da minha reação. primeiro tenho de pensar uma pessoa que eu deteste... neste extremo pode estar alguém pelas mais diversas razoes e isso faz toda a diferença. Vejamos: pode estar alguém de quem já gostei muito e me desiludiu, nesse caso era bem capaz de me chegar à frente e começar a dizer algo que ainda me tivesse entalado, movida pela oportunidade de puder abrir a boca sem correr o risco de ficar-a-falar-para-o-boneco. As possibilidades são infinitas mas continuo a não me lembrar de alguém que deteste, o que é isso de detestar?! isso consome energia necessária para coisas mais produtivas. Vejamos alguém que eu evito: não seria fácil e o silêncio seria mais certo. O que vale é que opto muitas vezes por ir pelas escadas, convencida de que estou a fazer exercício físico, mas para prevenir vou ponderar escolher um livro de bolso para andar sempre na mala, que 12 horas nessas circunstâncias, é para lá de uma eternidade. 

10/09/2014
(7) "a melhor coisa que já aconteceu na parte de trás do meu carro"
tenho o meu presente carro há muito pouco tempo e a unica vez que tive no banco de trás foi para o limpar e na bagageira não me consigo recordar de nada relevante digno da melhor coisa... já no antigo carro... posso contar a história daquela vez que fui ao festival de musica de cem soldos (2008), para ver os praticamente desconhecidos Deolinda e os giros Galandum Galundaina. O campismo era livre num terreno reservado para o efeito. Montei a tenda e estacionei o carro ao lado. Durante a noite o frio e o barulho (das pessoas que não respeitam os outros) fizeram com que me decidisse a ir dormir para o banco de trás do antigo ZX. De almofadinha e saco-cama foi uma noite mais quentinha, confortável e tranquila...


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