hoje passei, como sempre passo, na minha antiga rua onde recentemente abriu uma padaria de pão caseiro, acontecimento este, que reavivou as memórias dos tempos de infância em que todos os dias ia ao pão antes de sair para a escola.
- "D. Teresa, depois a minha mãe paga!".
A D. Teresa foi das melhores amigas da minha mãe. As filhas da D.Teresa são hoje das minhas melhores amigas.
Ao passar na minha antiga rua, detive-me a falar com a mulher do falecido Sr. Júlio "das Mobílias", uma senhora que tendo os seus oitentas está sempre elegantemente vestida e com um estilo muito próprio! detive-me, volto a repetir, porque fiz questão de ficar ali um pouco a falar com ela, coisas da vida, banalidades, sorrimos e trocamos elogios. Entretanto, passou por de mim a D. Souzel "da Ourivesaria", cumprimenta-me e pergunta-me se já tinha ido ver a Carlota (neta) que estava na loja.
- "Ainda não, mas já lá passo!", respondi.
Despedi-me da outra senhora e fui "implicar"com a mais nova da rua, assim como já fui eu ... agora, tal como no meu tempo, a unica criança da rua.
Dos-da-minha-rua, restam poucos, por diversas circunstâncias da vida foram desaparecendo, mas ainda é impossível passar por ali e ter porque parar...
"Há espaços que são sempre nossos. E quem os habita, habita também em nós. Falamos da nossa rua, desse lugar que nos acompanha pela vida. A rua como espaço de descoberta, alegria, tristeza e amizade."
in contracapa de Os da minha rua de Ondjaki (um livro que devorei)
falta ali a D.Chica, a Sra. das meias...
act. 28/08/2013
mas os-da-minha-rua-nova também são agradáveis, hoje a vizinha do primeiro andar cumprimentou-me da varanda quando eu vinha a chegar à entrada do prédio, e para meu espanto, acrescentou que eu hoje estava muito bonita!! atribuo o mérito a um adorno, nomeadamente um colar colorido que era da minha mãe (tenho um igual mas é todo da mesma cor, castanho, aliás a minha mãe dizia que eu tinha a capacidade de comprar brincos e fios que não se notavam!!) e quando se notam até as vizinhas reparam ♫ 
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