







livros, no móvel desenhado a pensar neles e ainda assim outros espalhados pela casa. na cozinha uma fruteira com fruta. os estores, que à noite fecho, de manhã são os primeiros a abrir e com isto, já lá vão 365 dias. luz muita luz, do sol, da lua e outra própria. apartamento rural onde pela manhã escuto o galo e depois as galinhas e os passarinhos. espreito uns quintais mais ajardinados e outros abandonados. escolher uma caneca e sentada à mesa fixo-me no baloiçar da folhagem das copas que ultrapassam este ultimo andar e com isto, já lá vão 365 dias. observo os cortinados a voar e do espanta-espíritos um tímido som que denuncia o vento a passar. à noite por entre o som de um comboio, que passa lá longe, estico o braço e apago a luz do candeeiro e com isto, já lá vão 365 dias. fingi que estas coisas das mudanças não se partilham com as mães, que a sua opinião não era importante, ou que as suas mãos-de-fada não eram essenciais, improvisei respostas, imitei gestos e jeitos e depois de estar feito não saber se tenho vontade de sorrir ou de chorar… momentos para uma, momentos para outra e momentos para as duas e com isto, já lá vão 365 dias. 6 lances, abrir a porta e entrar, respirar fundo e bem-estar...