Havia de estar à nossa espera, numa tarde fria e por vezes ventosa
a cascata da Nossa Senhora da Piedade de Tábuas. Apesar de eu estar bem agasalhada por várias
camadas de roupa, as mãos, que se querem despidas para ajustar os parâmetros a máquina
fotográfica queixaram-se até que o acumulado de subidas e descidas, mais ou
menos escaladas, compensaram com um fluxo calor que vinha de dentro para fora. Até lá chegar seguimos quase sempre
acompanhados de uma cascata aqui e outra mais além a revigorar a nossa saudade
da serra com este banho de floresta. O verde brota da terra nessa força
majestosa que faz das árvores as rainhas e das folhas caídas a passadeira por
onde eu, súbita, avanço numa vénia constante a esta natureza que trago no
coração e ao tempo destes momentos que vivemos em comunhão com este estado mais
puro da vida.