foto do g.
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Moveu-nos o sol, este que aquece o inverno que ainda
trazemos na pele. Franzimos os olhos na mesma razão da sua intensidade e
oferecemos-lhe as duas faces. Um calor que vem de fora e um calor que vem de
dentro, do que geramos pelo corpo em marcha num trilho de declives vários. Subimos
e descemos e perdemo-nos por ali até
chegar ao ponto onde deveríamos somente descer. Do mar vinha uma brisa que acalentava
o espirito nesta conquista pelo nosso (mais meu) desconhecido mapa nas arribas
da costa sesimbrense. Fomos descendo por entre a diversidade botânica que nos
passa diante dos olhos. E da objectiva quando somos mais curiosos. Fomos até
onde nos apeteceu e não regressamos sem nos sentarmos para descansar um pouco.
Dei por mim na fila do meio da sala de cinema da falécia a 110o de um mergulho no mar. A tela de um azul ondulado onde
flutuei no desejo de um barco que nos resgatasse da arriba, mas o fim seria
continuar a caminhar até ao topo. Voltamos a dar uma vista de olhos sobre a Praia da
Mijona e mais à frente, já com a fome a apertar voltamos a perder altitude para
espreitar a Praia do Temporal enquanto o sol se punha. Vi-o desaparecer
lentamente, como se tivesse saudades de me fazer feliz e quisesse ficar mais um
pouco. Deixo-o ir, nesta certeza boa que regressa. É um regresso feito desta tranquilidade,
deste eterno retorno que tem sido a doce conjugação dos verbos na primeira
pessoa do plural.
foto do g.