sábado, 31 de outubro de 2015



há doce coincidências!




sábado de manhã...

Acordar para a vontade de correr. Receio que as pernas não me levassem onde queria ir coração. Sentir-me bem. Parar na avó para o abastecimento de 2 bolachas com doce. Sentir-bem. Campos de maré verde a refrescarem as incertezas da vida. Esquecer-me das subidas, antes e durante. Sentir-me bem, durante, sentir-me melhor, depois.


domingo, 25 de outubro de 2015

sábado, 24 de outubro de 2015



sábado de manhã...



A principio é simples, anda-se sózinho
Passa-se nas ruas bem devagarinho
Está-se bem no silêncio e no borborinho
Bebe-se as certezas num copo de vinho
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
Dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo
Diz-se do passado, que está moribundo
Bebe-se o alento num copo sem fundo
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
Entra-se cansado e sai-se refeito
Luta-se por tudo o que se leva a peito
Bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
Olha-se para dentro e já pouco sobeja
Pede-se o descanso, por curto que seja
Apagam-se dúvidas num mar de cerveja
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
Enfrenta-se a vida de fio a pavio
Navega-se sem mar, sem vela ou navio
Bebe-se a coragem até dum copo vazio
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
E outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda-se aos amores com o vinho da casa
E vem-nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.

O primeiro dia de Sérgio Godinho


quarta-feira, 21 de outubro de 2015



imagem daqui

Do balanço dos dias de verão…
desses dias que somaram quase dois meses e meio, alucinantes e parte integrante de uma outra experiencia profissional. Caíu-me em mãos o que aparentemente desejara. Propus-me descobrir dificuldades que desconhecia. Não virei as costas na possibilidade de optar pela zona de conforto. Foi a alma que ditou a escolha de uma conquista que não gera “vivas” de vitória diante de outros, mas gerou um desbravar de caminho cá dentro sem tempo para contemplações ou hesitações. Exigiu-me arte na capacidade de não me deixar afectar. Que é preciso arte para não ficar presa a ontem. A ontem ou a uns segundos antes em que o acto de respirar fundo pode ser o primeiro e único exercício de contenção, em pensamentos e palavras. 
A ambição combinada com ganância é sempre coisa para me deixar exausta ao primeiro confronto. Foram infindáveis os embates e levei tempo a perceber que a minha lição era ficar quieta. Assistir. Não por passividade, mas porque tudo se ajusta à posteriori e porque há lutas que não me dizem respeito. Eu e esta tentação de me expor à tormenta. Aproveitei para descansar e aprender perante a calma de outros e que por isso me surpreenderam. Desconstruí e reconstruí a minha perspetiva sobre as pessoas várias vezes ao dia.
As únicas férias foram as que tirei de mim.Ter umas horas para mim, um dia por semana e no qual me custava muito a acordar. Nesses dias ainda olhei o sol com aquele encanto do verão, sem o peso do calor e do pó que apanhei, e que ainda tinha por apanhar. Um dia dei por mim a contemplar o por do sol que 24 horas depois me eram sempre traumáticos ao perceber que ainda era demasiado cedo para o regresso a casa. A ansiedade serenava na penumbra da noite naquela grande recta que me poupava atenção à estrada. Quase todos os dias esbocei um sorriso antes de me deitar, sendo que a manhã desse mesmo dia parecia ter sido há muitos dias atrás. 
Provavelmente chorei 5 minutos na soma dos dias. Fartei-me das pessoas, que nem para os amigos me apetecia rir e conversar na ínfima possibilidade de o fazer. O silêncio foi o meu melhor amigo, reconciliador de toda a verborreia que me rodeava. 
Agora que retomei o meu tempo, ainda não repensei tudo.
Tudo a seu tempo que há outras coisas a viver, umas entre outras onde já só procuro escolher o que me suaviza. E depois da tormenta por um lado, sigo pelo que me suaviza por outro e mantenho um equilíbrio e que me permite sorrir de tudo e sobretudo, sentir esta gratidão diante da vida, diante de um invisível em que me reconheço. 


sexta-feira, 16 de outubro de 2015


parte I

parte II

parte III
que não parta o coração


sábado, 10 de outubro de 2015



sábado de manhã...



sumo de pêra e memórias
um caça-sonhos gigante, que podemos ver no centro cultural do cartaxo e no qual podemos prender a nossa mensagem


quinta-feira, 8 de outubro de 2015







fui ouvinte do gato leitor, a historia do elefante acorrentado, pode dar-nos muito em que pensar nesta fase da vida. além do mais, não é todos os dias que podemos comer línguas de gato e beber chá de erva príncipe na floresta mágica na companhia de gnomos e duendes...