segunda-feira, 28 de setembro de 2015




quando o relógio despertou fiquei uns minutos sem saber porque o havia colocado a despertar às 3h45... 
Foi para ver o eclipse da lua. Fiquei intrigada ao saber que ela ia apresentar uma tonalidade avermelhada (?). Assim que espreitei pela janela detive-me em Orion, brilhante como já nem me lembrava que era possível ver esta constelação. Só por isto valeu a pena ser louca de estar à janela de olhos postos no céu. A lua, essa, procurei-a para a descobrir nos tons prometidos. Divida entre o guerreiro e a menina, permaneci o tempo que me pareceu justo a usufruir desta oportunidade.



“a lua prateada de escondeu
E o sol dourado apareceu”

Jorge Ben Jor. “A minha menina”


domingo, 27 de setembro de 2015



Porque o dia continuou melhor quando recomeçou inesperadamente a meio.
Num trilho mais pequeno e calmo. Com tempo para olhar e escutar, os passos e a paisagem. Na volta, nestas e nas outras, até a mim me vejo e penso “como é que vim aqui parar?”.
Um anfiteatro por si só já me provoca sempre uma sensação ambígua entre a partição e a continuidade com a grandeza, quer esteja no topo do auditório ou no centro do palco. Na Fórnea não é diferente, acrescida da consciência de estar perante um fenómeno geológico. Avançar aos poucos no sopé da confluência das várias encostas, eu pequena perante a magnitude das vertentes, encantada pelos detalhes, confiante e curiosa na exploração guiada. Seguir ao longo da ribeira e chegar à cascata que não estava na plenitude do espetáculo que nos podia oferecer. A falta da chuva e a temperatura quente destes dias, permitem-me, por um lado, experimentar o verão tranquilo que me faltou mas privou-me do som da água a percorrer a ribeira e a cair em cascata nessa cortina natural. Não sendo longe, posso regressar para assistir, na primeira fila, ou em qualquer lugar que me apeteça, na certeza que será sempre privilegiado. Continuar e subir ligeiramente por um trilho mais estreito a caminho da gruta da Cova da Velha. Olhar para cima, olharte à volta e pensar novamente “como é que vim aqui parar?”. Por agora a gruta também está seca pelo que pudemos entrar e eu aventurar-me pela primeira vez no seu interior. Subir umas rochas, até ao espaço confinado a um só, desviando-me da maior aranha que já vi e incentivar outro curioso a juntar-se a nós. Procurei ver o que um dia destes a água não tardará a esconder e fiquei-me pela imaginação dessa galeria que prosseguirá no interior da serra por uma fenda que já só alcancei com a luz da lanterna. Ousei apontar o foco ao morcego que desafiando a gravidade repousava serenamente.
No regresso, já refeitos da ansiedade camuflada de sentido de humor, pausámos mais, em particular junto das figueiras selvagens, que eu, se vejo uma oportunidade de comer verdadeiramente biológico não me faço esquisita e provo.
Depois de uma hesitação na exploração de outra gruta decidi(mos) pelo regresso que viria a ser interrompido pela super lua a emergir no horizonte. Grande. Os meus olhos viram-na grande e linda. Se é ilusão a sua grandeza então direi que aqui vale a pena ser enganada pelo meu próprio cérebro. Não faltaram as fotos, umas mais técnicas que outras, todas para registar esse momento de maior proximidade à lua e às coisas boas da vida que me fizeram ir ali parar…


sábado, 26 de setembro de 2015




"(...).De qualquer modo, o senhor Palomar não desanima e pensa, em cada momento, que viu tudo aquilo que podia ver a partir do seu ponto de observação; mas acaba por aparecer sempre qualquer coisa que ele não tinha tomado em consideração. Não fora esta sua impaciência por alcançar um resultado completo e definitivo através da sua operação visual, o observar das ondas seria para ele um exercício muito repousante e poderia salvá-lo da neurose, do enfarte e da ulcera gástrica. E talvez pudesse ser essa a chave para dominar a complexidade do mundo, reduzindo-a ao seu mecanismo elementar. (...)"

in Palomar de Italo Calvino


quarta-feira, 23 de setembro de 2015





equinócio
é tempo de mudar, rodar num tempo mais próximo da minha elíptica


sábado, 19 de setembro de 2015



na pausa para o almoço...





porque será?...




parar para a manteiga de amendoim com canela, no sitio do costume...




sábado muito de manhã...



abro a portada e dou licença à aragem fresca. não a recebo de braços abertos porque a pressa não se compadece com esta poesia mas a alma arrepia-se tanto ou mais que a pele. passo pela sala e saúdo o sol prometendo que, mesmo de pé, juntar-me-ei e a ele para o pequeno almoço.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015




há pouco foi assim
como se espera que seja
inesperado


domingo, 6 de setembro de 2015




deixo o telemóvel no silêncio por tão pouco tempo que seria impensável acreditar que me podia esquecer do respectivo som e... e na verdade até me esqueço que ele existe... bom muito bom!!


quarta-feira, 2 de setembro de 2015



 descubro de mim, que afinal também sou competitiva...
... na vontade de rir por ultimo.