domingo, 17 de fevereiro de 2008



Subi ao monte e virei-me de frente para ele. Abri os braços e fitei-o. Aproximou-se tímido, descobrindo-me o rosto com um toque que percorreu a linha do meu pescoço. Senti-o frio, agradavelmente frio. Não resisti a dar um passo em frente indo ao encontro da confiante energia que o tomava. Uma delicada e envolvente força, que não se inibiu de trespassar os poros da textura que me cobria. Senti-o frio, agradavelmente frio. Deixei-me embalar no seu vasto corpo que vagueava pelo meu. Permiti que me invadisse os pensamentos que levitaram à sua presença. Senti-o frio, agradavelmente frio. Apoderou-se de mim um desejo… mas sei que estava, como sempre está… de passagem, o agradável vento…

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008





cantiga de amor (de rádio macau)

preferias que cantasse noutro tom
que te pintasse o mundo de outra cor
que te pusesse aos pés um mundo bom
que te jurasse amor, eterno amor

querias que roubasse ao sete estrelo
a luz que te iluminasse o olhar
embalar-te nas ondas com desvelo
levar-te até a lua pra dançar

que a lua está longe e mesmo assim
dançar podemos sempre se quiseres
ou então se preferires fica aí
que ninguém há-de saber o que disseres

talvez até pudesse dar-te mais
que tudo o que tu possas desejar
não te debruces tanto que ainda cais
não sei se me estás a acompanhar

que a lua está longe e mesmo assim
dançar podemos sempre se quiseres
ou então se preferires fica aí
que ninguém há-de saber o que disseres

podía, se quisesses, explicar-te
sem pressa, tranquila devagar
e pondo, claro está modéstia à parte
uma ou duas coisas se calhar

que a lua está longe e mesmo assim
dançar podemos sempre se quiseres
ou então se preferires fica aí
que ninguém há-de saber o que disseres