quarta-feira, 27 de junho de 2007

Por saber que nunca me esqueço, engulo a seco cada letra, e uma a uma desembocam contra as densas paredes que me revestem devolvendo num eco ininterrupto essa frase que escutei. Somente escutei, na certeza porém de a mim ser dirigida. De lá para cá “olha… não te esqueças de mim”, de cá não sai “olha… não te esqueças de mim… não te esqueças de mimnão te esqueças de mim…” Por saber que nunca me esqueço, não posso dizer que não percebo. Reconheço-o e a experiência alerta que reconhecer é a consciência que existe a possibilidade de abrir uma outra porta. Abrir ou não? Sabê-la e deixá-la fechada. Sim, às vezes, talvez mais do que “às vezes” possa transparecer. Abrir ou não? Sim. Não só saber que não me esqueço, mas demonstrar que me recordo é uma porta a abrir.

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