Haverá um momento certo para formular um desejo?
“(...) A Imagem só pode entrar na corrente da consciência se for ela própria síntese e não elemento. Não há, não pode haver imagens dentro da consciência. Mas a imagem é um certo tipo de consciência. A imagem é um acto e não uma coisa. A imagem é consciência de alguma coisa.” in "A Imaginação" de Jean-Paul Sartre
sábado, 10 de março de 2007
O vento, passou como dedos entre os fios do meu cabelo. Adormeci embalada pela vida que corria no rés-do-chão da minha rua. Solas que batem a caminho de um destino que nunca chega. Pés que obedecem a estímulos motores da mecânica do dia-a-dia. Por ali tudo passa, por vezes, descaídos para tombar noutro lugar. Vozes que se estendem ao virar da esquina, deixando para trás frases soltas. Palavras que o vento não leva porque me está afagar o cabelo. Sorrisos que me descontraem a expressão de serenidade. Sorrio também. Um sorriso solidário que me franze a testa na duvida do motivo. Que importa, viro a outra face e adormeço de novo.
sexta-feira, 9 de março de 2007
Um dia aproximei-me da terra. Vi o céu da sua prespectiva. Ajoelhei-me e enterrei os meus dedos no solo. Senti como pulsa seu coração enquanto se acompanham dia e noite, dia e noite... Cavei um pequeno buraco e imaginando tratar-se do seu ouvido, contei-lhe um segredo... tapei-o... e a partir daí... ficámos cúmplices.
quinta-feira, 8 de março de 2007
Procuro vida entre dedos acorrentados. No tacto vago, encontro almas entrelaçadas na liberdade que sentem de se prenderem num nó cego.Meus braços estendidos; não sei que esperam, se esperam, se chamam por esse volátil desejo que procuro agarrar. Aguardo a cada instante encontrá-lo vivo, forte e sem forçar permaneço presa até quando me libertar.
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